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Check-up infantil previne doenças crônicas no futuro

Check-up infantil
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Written by Redação

O Check-up infantil preventivos na infância e adolescência detectam alterações precoces e garantem desenvolvimento saudável

Sete em cada dez brasileiros não fazem Check-up infantil médico regularmente. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta que 70,6% da população ignoram os exames preventivos. Autoridades de saúde alertam que, além de adultos e idosos, crianças e adolescentes também podem ter doenças, inclusive raras, que quando detectadas de forma precoce garantem maior qualidade de vida.

Exames regulares identificam problemas tratáveis antes que se transformem em complicações graves. O investimento em saúde preventiva desde os primeiros anos de vida garante adultos mais saudáveis e reduz possíveis custos futuros com tratamentos complexos, como preconizam a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde.

O câncer colorretal é um exemplo. Dados da American Cancer Society (ACS) mostram que 13% dos pacientes com a doença têm menos de 50 anos, um aumento de 9% desde 2020. A Gastroenterology Journal publicou, em 2022, um estudo apontando que a obesidade, inclusive a infantil, pode dobrar o risco de desenvolver a doença precocemente. 

Famílias com histórico de câncer colorretal precisam considerar exames preventivos para os mais jovens. A colonoscopia virtual, que dispensa sedação e dura cerca de 15 minutos, oferece uma opção menos invasiva para crianças e adolescentes. O procedimento usa tomografia computadorizada para criar imagens tridimensionais do cólon, sem inserir instrumentos no organismo. 

O Ministério da Saúde recomenda que adultos saudáveis, entre 18 e 40 anos, devem fazer check-up a cada três anos. Após os 40 anos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda avaliação bianual. Idosos acima de 60 anos, especialmente com fatores de risco, precisam de exames anuais.

Monitorando rins, coração e alergias desde cedo

Um histórico familiar de doenças renais requer consulta com nefrologia pediátrica. Exames de urina detectam infecções, proteínas anormais e alterações que comprometem os rins. Infecções urinárias recorrentes afetam o desenvolvimento renal quando não tratadas adequadamente.

Acompanhar o perfil lipídico (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos) também é indicado para crianças com parentes cardíacos, obesidade ou alimentação inadequada. Identificar alterações na infância permite mudanças no estilo de vida que previnem doenças cardiovasculares futuras.

Já os exames de fezes identificam vermes comuns na infância. Parasitoses intestinais prejudicam a absorção de nutrientes e o tratamento adequado restaura a capacidade de aproveitamento nutricional, fundamental para o crescimento.

Crianças alérgicas podem realizar o teste de IgE no sangue e os testes cutâneos para identificar alérgenos como pólen, leite, ovo, amendoim e ácaros. O diagnóstico correto evita crises e complicações respiratórias.

Quando iniciar o check-up?

A frequência dos exames varia com a idade. Bebês fazem consultas mensais nos primeiros meses, acompanhando desenvolvimento e vacinação. Entre 6 meses e 2 anos, as consultas acontecem trimestralmente para monitorar crescimento e nutrição. Dos 2 aos 5 anos, avaliações semestrais bastam. Após os 5 anos, crianças saudáveis precisam de consultas anuais.

Sintomas preocupantes ou histórico familiar de doenças crônicas alteram essa periodicidade. O pediatra determina a necessidade de exames baseado em cada caso.

Saúde mental e sexual de adolescentes exigem atenção

A OMS aponta que, em todo o mundo, um em cada sete adolescentes sofre de transtorno mental. Depressão e ansiedade lideram as estatísticas e, por isso, o acompanhamento psicológico para os mais jovens também deve ser avaliado.

Infecções sexualmente transmissíveis também aumentaram entre os jovens. Casos de sífilis, clamídia, tricomoníase e herpes genital estão mais comuns. Por isso, o rastreamento de ISTs pode ser necessário para adolescentes, dependendo do contexto clínico e fatores de risco. A orientação médica determina a necessidade e o momento adequado para esses exames.

Fatores de risco começam na gestação

A Caderneta da Criança, documento do Ministério da Saúde, contém marcos do desenvolvimento esperados até os seis anos. Cada faixa etária apresenta quatro marcos que avaliam domínios motor, cognitivo e de linguagem. Pais e profissionais de saúde usam essas referências para identificar possíveis atrasos.

Fatores de risco merecem observação especial. Prematuridade (nascimento antes de 37 semanas), baixo peso ao nascer (menos de 2.500 gramas), icterícia grave, infecções gestacionais e hospitalização neonatal aumentam as chances de problemas no desenvolvimento.

Riscos ambientais como violência doméstica, depressão materna e uso de álcool ou drogas na residência também afetam o desenvolvimento infantil. O perímetro cefálico menor que -2 ou maior que +2 escores Z sinaliza necessidade de investigação.

A detecção de alterações fenotípicas auxilia no diagnóstico de síndromes genéticas. Crianças com síndrome de Down, por exemplo, beneficiam-se da estimulação precoce iniciada nos primeiros dias de vida. O diagnóstico e tratamento precoces garantem melhor qualidade de vida.